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A Invenção de Sophia: #Parte1

  • Elidio Santos
  • 1 de mai. de 2013
  • 2 min de leitura

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Sentado a mesa de um restaurante, ele mexia no notebook e a todo o momento conferia as horas. A cadeira a sua frente estava vazia:

-Onde será que Sophia está? Pensou.

O garçom se aproximava trazendo numa das mãos seu almoço e na outra um cartão postal. Ele não sabia, mas SOPHIA não foi inventada; ainda.

***

Naquela mesma tarde...

Sozinho, no banco de uma praça, o "Outro" aguardava tranquilo e sorridente a ligação. O celular logo toca e ele atende sem pressa:

-Pode falar.

A voz do outro lado da linha, pergunta ansiosa:

-E então, como foi lá?".

-Perfeito - o "Outro" responde - a invenção foi um sucesso. Escuta, eu sei que é só daqui a 6 dias, mas...

-Basta!- gritou a voz do outro lado do telefone - agora que as cartas foram enviadas não podemos cometer erros.

-Mas porque essas correspondencias o incomodam tanto agora?

-É que alguém enviou a carta que fala de Sophia, que não foi inventada; ainda.

Ludo começa latir.

Ludo é um lindo labrador de pelos dourados. Ele é novo, e cuidado pelo "Outro". Ludo não sabe, mas a sua dona, Sophia, como você já sabe, não foi inventada; ainda.

-O cachorro está latido, deve ser alguém lá fora, já te ligo.

***

"NOTA QUE VOCÊ TEM QUE SABER ANTES DE INVENTAR SOPHIA: Ela detesta maçã e adora brincar com LEGO".

-Como disse Senhor? Pergunta o garçom que oferecia o cardápio de sobremesas

-Desculpe-me, pensei em voz alta. Quem te pediu para me dar esse cartão mesmo?

-O cliente que estava lá no fundo, mas foi embora assim que me entregou. Vai querer torta de maçã, Sophia vai nascer...

O sol irrompe o quarto, assim que "o Outro" abre as folhas da grande janela de madeira:

-Bom dia dorminhoca!

A garota se remexe sob os lençóis. Faz uma careta feia. Espriguça-se e mostra um sorriso:

-hummm! Acho que dormi demais.

-Você nem imagina minha querida. Preparei um café da manhã dos Deuses.Tem torta de maçã...

-Eca, odeio maçã!

-Mas temos frutas: mamão, banana.

-Quero leite e pão sovado. Tem?

-Claro.

-O pão é simbolicamente o meu signo, sabia?

-Como assim?

-Eu tenho, não sei um desejo imenso de me doar, dividir as coisas.

Partilhar o pão de minha alma a quem realmente precisa. -E quem precisa

-Ah, isso vamos descobrir hoje, acabei de ser inventada, e estou com uma fome dos Diabos!

Para amar os outros eu tenho que cuidar de mim primeiro.

***

No outro canto da cidade, Rafa Sales, Illustrator, lia a carta que acabara de receber. Ficou intrigado com a parte em que a garota falava do pão e sua partilha.Agora imaginava. A invenção iniciou-se, mas ocorreu-lhe uma ideia: que rosto e cabelos tinha aquela Primeira Sophia, e porque ela apareceu justo na casa do "Outro".

Do outro lado da cidade.

O ponto de ônibus está vazio. A noite é profunda e chuve calmo. O homem acende um cigarro:

-Gostaria que você já tivesse sido inventada, Sophia"...

-Hã?- pergunta a mulher ao lado.

-Nada, nada...

-Preciso ligar o Manay Deô - pensa e anda na garoa...

-Onde eu deixe meu celular?

 
 
 

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